Mas o antagonismo entre nómada e citadino é só meia questão.
A outra metade está bem mais próxima – ESCAPISMO. Porque é que fico inquieto
após um mês no mesmo lugar, insuportável ao fim de dois? Que neurótica inquietação
é esta? O ferrão da errância que atormentava os gregos? A viagem pode aquietar
em mim alguma natural curiosidade e a necessidade de explorar, mas depois sou
impelido pelo desejo de voltar. Tenho a compulsão da partida e a compulsão do
regresso – o instinto de retorno ao lar da ave migratória.
Bruce Chatwin, Anatomia da Errância
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